segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Conteúdos e categorias

A internet tem inserido cada vez mais as pessoas nas discussões sobre diversos temas, dentre eles a Política e a Economia. A priori, isso deveria ser uma boa notícia, afinal de contas a maior politização por parte do brasileiro poderia implicar num maior nível de crítica, conscientização e autonomia. No entanto, o que parece ocorrer nessa etapa inicial é apenas uma espécie de politicismo, por se tratar de um evento em que não há esforço para compreender os acontecimentos. Claro que isso não se aplica a todos, mas a muitos.
Para estes, prefere-se a escolha de um lado, a preterição do outro - a criação do bem e do mal; prefere-se a reprodução de falas sem a preocupação com seus significados, origens e intenções; não há debate, ninguém está disposto a ouvir, apreender e contribuir; o que se pretende é convencer o outro de que sua verdade é a Verdade.
A história econômica do mundo nos mostra a existência dos chamados ciclos econômicos – que são compostos por períodos de estagnação, recessão e crescimento. De modo simplificado, os períodos estão fortemente associados aos problemas macroeconômicos (e aos combates a esses problemas): o combate à inflação, por exemplo, tende a gerar recessão; o combate ao desemprego, a gerar crescimento. Claro que de acordo com a escola de pensamento na qual se crê, o plano (política monetária, fiscal, cambial etc.) traçado difere - mas esse não é o ponto central deste texto. Como não somos tão racionais quanto sugerem as premissas de muitos dos modelos, não existe um lado que sempre pensa e age do modo correto, e não existe um lado que sempre pensa e age de modo incorreto.
É difícil fazer tal separação, já que, em primeiro lugar, há a dificuldade no estabelecimento unânime do que é correto ou não. Além disso, é preciso atentar-se à possibilidade de “cegueira” gerada pela crença exacerbada numa bandeira. E isso é o que se tem visto nas redes sociais. Não falo dos que deixam de se falar por causa de suas diferenças. Falo da importância de não se deixar alienar - seja azul, seja vermelho -, falo da não assunção de um discurso que não te pertence, falo do respeito, falo da crítica, falo da proposição construtiva (aquela que envolve a participação dos agentes envolvidos).
Somos “pessoas comuns” (eleitores e mal representados) que rompemos a unidade (todos juntos somos fortes) em nome de personagens corruptos (eleitos e mal representantes) e pequenos grupos (como as cúpulas partidárias). Infelizmente, os absurdos vêm de todas as direções: frases como “tiveram que se corromper para que pudessem chegar ao poder” ou “é corrupto, mas está fazendo bem o papel de oposição” não são poucas vezes usadas como justificativas. Elas enfatizam a tese de que os fins justificam os meios e isso é algo que caminha distante do que é ético e virtuoso.
Ao invés de levantarmos bandeiras que nos obrigam a levantar, de forma acrítica, poderíamos discutir conjuntamente ideias que revolucionassem nossa forma de pensar e agir. Poderíamos ser todos de um só grupo, dispostos a unir o que há de bom em cada discurso, por um propósito maior. Poderíamos todos lutar por justiça, e não nos posicionar “contra” ou “a favor” de propostas de lei baseando-se somente no partido propositor.
Pensando deste modo, sou para alguns, conservador; para outros, reacionário; ou apenas um oportunista, que de modo conveniente não escolhe um lado. Parece que mais importante do que tentar compreender os fenômenos é fazer categorizações.
Como não somos tão Sapiens Sapiens assim, muitas vezes o problema não está na santificação ou demonização do modo de produção, das Teorias, das Ideologias. Precisamos deixar o “conforto” de lado (seja ele qual for) para sermos conscientes, responsáveis, éticos... para vivermos melhor. Grande parte dos nossos problemas como sociedade é de cunho Moralista.
Não sou liberal, não sou comunista. Se tenho que escolher um Partido, opto pelo Partido das Pessoas e pelas Pessoas e isso basta. Mas podem me chamar do que quiser.

domingo, 4 de outubro de 2015

Sem título

Eu não vi, tu não viste, ele/ela não viu. Eu verei, tu verás, nós veremos.