quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ponto de vista

A sensação de perda aparece,
 fulano faz uma prece.
  Fico a beira de um precipício,
   o restante padece.
    A agonia não me deixa,
     é, pois, inerente.
      Amigo, como está?
       Contente? Tudo em vão.



        Essa depressiva vista -
      daqui de baixo -
     me deixa tão pequeno,
   já não há motivos para seguir.

Doentia emoção


Antes gostava disso, hoje tudo enjoa,
pareço ser outra pessoa.
Qual é a melhor opção?

Quero desabafar com outra pessoa,
falar de minha mente a toa.
Não tomo uma posição.

Isso é uma boa, é o que me faz viver.
É uma doentia emoção.

Vou pular de uma proa e deixar de viver.
É uma doentia emoção.

Alegorias


Palavras ditas num tempo qualquer,
alegorias numa imaginação
e a esperança de um bem-me-quer.

Aquele livro me lembra você,
aquela música é sua cara.
Por mais que eu tente esquecer

Ah, situações raras...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

De mãos calejadas

A primeira vista,
Oportunidade de recomeço.

Sou quem quero ser,
Descubro sem super poderes,
Não por tua boca,
Não por teus lábios.

Tuas fraquezas me ferem.
Mais ainda, ainda assim,
São mais fracas que
Minhas feridas.

Efeito

Ação do coração que
Bate forte,
Que corre a atrás a
Toda velocidade,
Trilhada por uma boa música.
Com todo o tempo do mundo
Grito algum abala a
Sapiência.

Causa


O coração pára
e só se ouve o mar.
Em câmera lenta,
o seu adeus,
a vida num piscar de
olhos e lágrimas.
Gritos silenciosos
por toda parte.

domingo, 19 de agosto de 2012

Diz o que quer, ouve o quer (depois dos 50)

Conveniência, dez! A idade nos permite fazer
o que antes julgávamos inadequado, ao menos é o que dizem.
E é também o que quero reproduzir a partir de agora. Ponto.

Verei no que dá, afinal de contas, se é bom para todos os sujeitos, por que abrir mão?
Não se trata de jogo de soma zero, a não intervenção pode provocar vantagens a ambos,
basta que nos utilizemos de nossa especialização.

Bem, meu produto será a palavra. Mas afinal de contas, o que tens a me oferecer?




Caça e caçador

Naquela manhã havia gameleira,
pau-brasil e casa de cupim por todo lado
(um relacionamento doce e duradouro,
com corrente de ouro, vaidoso que só ele).
Mas gritos estrondosos ensurdeciam
os visitantes, que só queriam avistar macacos-prego saciando sua fome,
algumas grandes caranguejeiras, borboletas  e formigas.

Após a encruzilhada onde morreram mãe e filha anos atrás
ecoaram novos roncos fortíssimos
e por mais que o espírito da grande árvore os protegessem,
não se sentiam seguros o bastante em meio a mata (onde andará Chuck Norris?).
Enfim o grupo juntou-se e partiu
sem avistar seu predador: um pequeno bugio
(Não era o leão que fugira do circo?).

Flor de Lis


Lírio de campo, da pele,
quão nobre e heráldico tu és.
D’um escotismo desvirtuado,
de cobre, asfáltico: insumo e produto de Íris Belle.
A maldita tentação do jardineiro,
Que anseia por seu glamour,
D’Alceu, La Belle de Jour.