terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desjejum


Não penso na volta,
no g o l e da rum
A dormência
por vezes me enoja,
já não fujo da luta:

um a um, após o saciar -
zum zum -, suprimo a vanglória, 
bebum, de meu canto.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Cenários

E aí? Irá mesmo dizer que você não voltará mais aqui?
Quem vai cantar pra eu dormir?
Levitando,  você sai de cena deixando sua morena assim

Vem do céu, vários pedidos de perdão por teres sido infiel
Ai de mim, mais uma no seu carrossel
Lentamente ainda desejo imensamente um beijo teu

Cenários de rosas e  cantos africanos
Abriram as portas pra você entrar
Ouvindo seu canto vou seguir cantando
O pássaro mestiço que me fez voar

(Thiago  Ribeiro)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Encontre-me em Montauk

Mesmo ciente da não existência
de sempiterna relação –
que seja eterno enquanto dure -
Há proliferada expectativa
Do aspecto unha e carne, arroz com feijão.

No entanto, o homem,
Ser não dicotômico – subjetivação -
Por vezes prefere se esquecer de boas coisas
Para não se lembrar das ruins. Eu não!
Prefiro o lampejo de um intelecto desmemoriado.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Primavera


Outubro rosa
como pão e rosas,
como sobrerosas
e tantas outras prosas e poesias.

Outubro que alimenta o corpo e a alma,
essência de nosso sustento.

Neste mês, que o objetivo,
em parceria com o subjetivo,
nos cause regozijo
no doce novembro.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Equilíbrio de Mercado

Desapaixonei-me



pelo mesmo motivo que me fizera apaixonar.









quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Existencialismo

Que é, é.

 

Pena que não seja.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jurubebas Queen (Artur Soares)




Caminhando eu caminhando
Verde planta verde nobre planta verde
Estendida em baixo do asfalto
Vem molhando os meus pés descalços
E a jurubeba é a rainha do sertão
Com o seu nobre coração ela estende a mão
Estendida em baixo do asfalto
Vem olhando pro lado e pro alto
Eu sei que ela me faz bem
Eu sei que ela não diz não
Pois ela precisa de alguém
Pra invenenar
Carlos olhou pra Teresa, Teresa olhou pra João,
João olhou pra Maria, Maria olhou pra Tião,
Tião olhou pra Raimunda que vinha na contra-mão,
Toda vestida de preto no seco mar do sertão
José é pai de Marina que é filha de Severina,
Trabalha na cajuína pra sustentar a piscina,
E alimentar a menina que Jurubeba pariu
É paro ano e promessa para São Jorge em abril

Juro, juru eu juro que jurubeba
Jura que eu juro por jurubeba
Como jurubeba jura por mim
E o futuro duro jurubeba juro
Que com jurubeba por mim eu juro
Que jurubeba jura que sim
Oh! Jurubebabilônia poderia se cremar
Em meio ao teu santíssimo fogo
Oração aos seguidores de Oxalá
Eu sei que ela me faz bem
Eu sei que ela não diz não
Pois ela precisa de alguém
Pra infeitiçar
E a jurubeba é a rainha do sertão
Com o seu nobre coração ela estende a mão
Estendida em baixo do asfalto
Vem olhando pro lado e pro alto
Caminhando eu caminhando
Verde planta verde nobre planta verde
Estendida em baixo do asfalto
Vem molhando os meus pés descalços
E a Jurubeba...
Caminhando...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O calar

Em meio a tantas tolices
nossos silêncios caminham lado a lado,
de mãos dadas.
Dizem a mesma coisa,
querem a mesma coisa.

Em meio a tantas tolices
nosso silêncio fica sem jeito,
sem privacidade
para cessar.
Mas diz e quer a mesma coisa.
Carícias...

sábado, 24 de setembro de 2011

Contrações d'um artigo indefinido



D’uma avidez por detrás dos panos,
Rum’a direção sem norte:
Corrida por sapiência na natureza selvagem, 
Mais uma.

C’uma bela pareia de braços,
Numa charmosa melancolia:
Suma pelo avesso em pleno espaço sideral,
Mais luma.

Mas na Terra, em meio a natureza do asfalto,
Sais sedosa como uma pluma
E ficas entranhada como o cheiro de quem fuma.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Aroma

Perfume.
Embriaguez exclusiva
D’uma multidão contida em mim.

E ssência surreal,
Incomum e outros milhares de adjetivos.

Embebeda-me com teu cheiro,
Nada por dinheiro,
De modo reativo, imoral,
Só(,) afim.
Cume.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Por um triz



Um beijo em câmera lenta,
Transportado pelo vento (quando venta).

Beijo de olhar sereno e
Lábios felizes,
Fulminante de alegria,
Simbologia.

O canto da iara,
O beijo de tristeza,
De imaginação,
Utopia.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dessorriso de Cheshire



Quanta mín-
gua lua minguan-
te, quanta mágoa.

Seja a lua crescen-
te para encher-se ain-
da enquanto nova, como nunca.

Nem balsâmica, nem gibosa, tão fi-
na quanto a unha que arranha a minha nuca.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Impostura


Finjo que não existes: 

Não te ligo, 
Não te desejo,
Sequer me lembro de ti.

Contudo teimas e
          Apareces em sonhos meus,
                                      Escorre a lágrima.


Por que me enganas enquanto durmo,
E não te ludibrio enquanto acordado?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Reino de Granada


Touro, pra tanger como eu faria,
A la mouro.

Couro, antiga dinastia,
Vindouro.

Ouro, sinal que pressagia(,)
Mal agouro.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Carta ao pedante




Olá homem, ser prepotente.


Agora que é doutor, acha que sabe tudo, que pode tudo.

Respondo ao senhor: tem coisa que só a natureza faz por você. Na praia, ouve-se o som do mar e da ventania que dele vem. Que música é essa que nos faz acalmar, tanto?! Não tem instrumento musical que reproduza aquilo com tamanha perfeição. Digo mais, conforme meu avô: reúna os melhores cientistas do mundo e mande que reproduzam um caroço de feijão, de modo artificial.

Depois converse comigo, Deus.

Aquele abraço,


Um reles mortal.

domingo, 19 de junho de 2011



O tempo passa.

O pavio está cada vez mais curto.

A bomba vai explodir.

A rua não tem saída.

Fim de salário.

Desespero que nem droga “dá jeito”.

Afogamento em lágrimas.

Eterna enxaqueca.

Solução, só na próxima vida.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sano




                            Luzia,               de                              louco    nada.
        Só                                                lucidez,
                                           Por                           lapso,                          talvez(.)
                Prisioneiro.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vento na varanda


Isso que é vida,
Nesta varanda.
O vento vem 
E se vira e
Volta na cauda do vento.

Vôo de pensamento.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Motivação



 Maldito cais que me faz
Pensar nos amores,
Dolores outras.

Que me faz sentir que estou vivo,
Do sofrimento e do
Prazer.

Uns nascem para sofrer,
Razão de vida.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sob pressão

A cada mordida
Estalo da consciência,
Tique de etiqueta.
Atitudes ousadas
E simpáticas
E curvas arenosas,
Coloridas, de mano
E mãos mágicas.
Análise da comparação,
Nostalgia.
Honestidade d’Alain,
Aperto d’Apaia. Apaiaça.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Amor que fica

O brilho do sol
Embasa o vulto,
Embaça a vista.
Ele ignora
O dom do astuto,
A dor do artista.


Peixinhos no mar,
Caro na rua,
Carro na pista.
Eu no intermédio,
Livro da cura,
Leio a conquista.


Isso é amor que fica:
Vá em paz,
Mas fique em nossos corações.


Rezo a Deus pra que invista
Em nossas atitudes.
Dê-me uma lista.


sábado, 8 de janeiro de 2011

Uma bossa pra você



Só, somente só
Pra escrever
Lembrar você

Com meu violão
Pra conceber
De frente ao mar

Nossas idas, nossas vindas
Nossas vidas bem vividas

A luz do luar
Inspiração
E solidão

Faço essa canção
Por entender
Meu respirar

Despedidas tão aflitas
Tuas lidas são despidas
Das escritas parecidas

As partidas tão sofridas...

Uma bossa pra você
Pa pa ra pa ra ra pa pa
Uma bossa pra você...