domingo, 19 de agosto de 2012

Caça e caçador

Naquela manhã havia gameleira,
pau-brasil e casa de cupim por todo lado
(um relacionamento doce e duradouro,
com corrente de ouro, vaidoso que só ele).
Mas gritos estrondosos ensurdeciam
os visitantes, que só queriam avistar macacos-prego saciando sua fome,
algumas grandes caranguejeiras, borboletas  e formigas.

Após a encruzilhada onde morreram mãe e filha anos atrás
ecoaram novos roncos fortíssimos
e por mais que o espírito da grande árvore os protegessem,
não se sentiam seguros o bastante em meio a mata (onde andará Chuck Norris?).
Enfim o grupo juntou-se e partiu
sem avistar seu predador: um pequeno bugio
(Não era o leão que fugira do circo?).

Flor de Lis


Lírio de campo, da pele,
quão nobre e heráldico tu és.
D’um escotismo desvirtuado,
de cobre, asfáltico: insumo e produto de Íris Belle.
A maldita tentação do jardineiro,
Que anseia por seu glamour,
D’Alceu, La Belle de Jour.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Às vezes "até logo" quer dizer "adeus"...


... fico a imaginar o que seria mais cruel: com ou sem despedida?
Quer pedir uma a Deus?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ares de março, abrindo o outono


Dia em que se houve o canto de irmãos
ao ritmo do Jazz;
Que se notam os móveis não metropolitanos
expostos num grande armazém;
Que se inauguram
uma trinca de outras coisas.
Recordações de dias mágicos,
antecipações d’uma semana santa.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tua companhia


Tu me mandavas, mas nem sempre ias

ao encontro de nossa vida,
do fim dos nossos dias.


Tu me dizias, mas não consideravas

Alternâncias de humores,
penhores,
e de arredores,
rumores.


O que me restava era a fartura, enquanto não rias,
da melancolia de tua companhia.
(e da companhia de tua melancolia!)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Confabulação cadavérica

Sem choro e vela
em catacumba, só rumba, Noel,
nesse Rio de samba.
Boi meu bumbá, bumba nessa
oração de capela, terreiro de macumba.
Onde o malungo acocha, Noriel,
E mata saudades da saudosa Bahia.
Por fim, não te contorça Álvares,
Mas entre o súbito mal e a tumba,
hei de enxergar alegria em sua poesia.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Rumo a

Diz-me ser ágio,
Serasa, calote;
Plágio de dívida,
Misturas das mais híbridas,
Do tipo “tudo por dinheiro”.
Galope! em suas apostas...




Mas que requinte, quanta agilidade!