Se seu (sua) namorado (a) rompeu o relacionamento, não se desespere. Ouça conformada (o) a frase que diz “devemos ficar com quem quer ficar conosco”. Esse é um pré-requisito fundamental.
Lembre-se que não há ninguém perfeito para você. O que existe é o “você perfeito”. Não devemos transferir a responsabilidade para o outro. Faça a sua parte, tome a iniciativa e tente ser perfeita (o) . Seja paciente, atenciosa (o), carinhosa (o) e companheira (o), alguém admirável, digna (o) de respeito. Se o outro não te valoriza assim, paciência – falta nele o que tem abundantemente em você.
Não há uma fôrma, ou ainda, uma única chave que consiga adentrar a fechadura (isso não é biologia) – não existe uma única pessoa capaz de nos tornar felizes. Somos plurais – e apesar de não nos relacionarmos tão bem o tempo todo, de não nos apaixonarmos por todo mundo, ainda há esperança quando nossa “alma-gêmea” rompe o relacionamento conosco. Características (tais quais personalidade, beleza, nível de renda etc.) pré-estabelecidas por nós como ideais numa pessoa são mutáveis, então os perfis dos nossos amores também mudam.
Não há uniformidade quando se trata dessa temática, mas se torna cada vez mais difícil encontrar relacionamentos duradouros. Para mim, essa não-profundidade é fortemente determinada pelo fortalecimento do individualismo, que prevalece nos dias atuais. Tenho notado que as pessoas só têm visado sua própria satisfação: uma espécie de valorização do homem distorcida – um humanismo às avessas. Se lhes for conveniente casar, casam sem pestanejar. Sai-se da casa dos pais, tornam-se “independentes”, possuidores de liberdade. E por qualquer discordância com seu companheiro (a), se separa. Não há esforço, ninguém renuncia a nada – socialistas mais capitalistas que nunca.
Por falar em modo de produção, pode-se dizer que o capitalismo conseguiu mudar de maneira significativa o comportamento das pessoas: antes, por exemplo, existiam poucas famílias, porém numerosas. Hoje o quadro se reverteu: existem muitas famílias com poucos integrantes. Mais famílias refletem um maior nível de consumo na economia: são mais imóveis, carros e serviços demandados etc. Logo, o aumento propositado de consumo acabara contribuindo na redução de tolerância.
Conseguiram impor em nossas mentes que o consumo é a única variável que nos proporciona prazer. Isso é consolidação de capitalismo. Pouco me importa o outro. Eu, particularmente, não consigo enxergar separadamente o atual comportamento das pessoas e o sistema econômico vigente.
Não somos nem um pouco pragmáticos: tenho um aparelho telefônico móvel que atende a todas as minhas necessidades, mas a partir do momento em que lançam um novo aparelho no mercado, desfaço-me do meu. O consumismo planejado e a obsolescência interferem significativamente na superestrutura jurídica e na sociedade civil.
As empregadas domésticas estão em extinção - ao menos aquelas da época em que eu era criança. Elas sumiram porque se tornaram menos complacentes, como qualquer outro profissional; estão mais exigentes - ou fazem a faxina ou cozinham ou lavam a roupa. E mais, se forem repreendidas nunca mais retornam à sua casa. A moda agora é ser diarista. Trabalha-se na casa de três patrões, com menos vínculo e profundidade nas relações.
O técnico em informática, por sua vez, não se preocupa em ter o cliente para sempre: quando pode, tenta tirar proveito de uma dada situação.
Os relacionamentos já não são o que eram. Hoje tudo é muito efêmero, inclusive as relações sociais. Não há honra, companheirismo, compromissos verbais e uma série de virtudes que existiram outrora.
Como defensor das relações superficiais que não sou, faço as coisas do meu modo: procuro ser o filho ideal, o amigo ideal, o namorado ideal, o profissional ideal... A mudança individual transforma o nosso meio e pode transformar toda uma cultura (“simbora Pareto, é nóis”).