segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O ser humano e alguns de seus (nossos) medos

1)
Tem-se uma inclinação incrível para a incoerência: do mesmo modo que “não há nada que você não se acostume”, que somos seres altamente adaptáveis, temos uma dificuldade também incrível para mudar (sentamos sempre no mesmo canto; não gostamos de variar os móveis de lugar e assim por diante).

2)
Outra coisa me chama a atenção: não se sabe lidar com o diferente, com o que não se gosta, com o que não é belo para a gente, o que não pertence ao nosso mundo. Somos muito intolerantes e desrespeitosos.


3)
Sem dúvidas, outro curioso medo se refere ao futuro. O futuro, cuja resposta não se sabe ao certo, variável aleatória, não é necessariamente ruim pelo simples fato de ser incerto: a princípio (e em média), ele é neutro - pode ser bom, ruim.
A incerteza, por sua vez, carrega consigo a definição de risco (traço feito a lápis), tipificando-se em puro, especulativo.
Mas o futuro pode ser tanto prazeroso quanto doloroso, fácil ou sofrível. Muito cuidado, portanto, com as expectativas associadas a ele. Elas nos levam a caminhos bastante distintos: há quem sofra por antecipação; há quem se iluda; há quem viva o agora.

“O amanhã vai chegar e anunciar a nova estação”.

Esse medo do incerto - do que está por vir, do novo, da mudança, do diferente, do contraditório - é limitado, humano.

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio."

Prefiro a ótica de um otimismo comedido, o chuchu beleza de uma ponta de esperança, a ideia de que algo de bom é possível. Afinal de contas, existe probabilidade enquanto incerteza houver:

eis a beleza do estocástico.


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