sábado, 1 de agosto de 2009

O resto

Aquilo que sobra ou sobeja.

Pena que algumas pessoas distorçam seu significado, associando-o a algo que não presta, que não serve mais e que já foi consumido em sua totalidade. Mas isso não é verdade. O resto também pode ser visto como uma oportunidade, como um passatempo etc.

Quando digo “pode ficar com o resto”, esse excesso pode não ser valorizado por mim, mas pode ser querido por alguém. O que sobra em meu prato é excedente, obviamente. Mas isto pode ser a refeição de outra pessoa ou, “na pior das hipóteses”, de um animal qualquer. O que sei é que meu resíduo não vai necessariamente ao lixo, ser lixo, ser algo inútil. Resto não é lixo. Excesso não é algo ruim. Ele pode ser renegociado; reutilizado. Basta darmos outro corpo, agregar valor, inovar. A reciclagem está aí para isso (mentira, a reciclagem está aí para ser vantagem competitiva de empresas hipócritas).

Resto pode ser excesso, mas também pode ser algo que fica por dizer ou por fazer. Então te conto o resto depois.

Resto é matemática. O divisor dividido pelo dividendo nos dá como resultado um quociente somado a um resto. Nove dividido por seis é um. Sobra três. Três é resto. Simples assim.

Gosto do gosto, do gasto e de quem gosta de mim. O resto deixo pra lá. Os outros pouco me importam.

Observemos com tento a sentença subseqüente:

“O resto da sorte daquele setor pertence aos retos da empresa”. (CAJU, 2008).

Resto: já foi bastante conceituado, vamos para a análise do próximo termo destacado.

Sorte: destino, acaso; em se tratando de boa sorte, escassez de azar, excesso (ou resto) de sorte.

Setor: parte distinta, zona; é fragmento e se somado a outros setores da instituição, novamente nos dará um excesso (resto) de seções.

Retos: porções finais dos intestinos grossos, via de eliminação do material restante após a digestão e absorção dos alimentos; que não são tortos, sem sinuosidades; justos, imparciais; seguem sempre na mesma direção.

Depois dos pertinentes comentários, creio que a interpretação seja livre, mas trabalho com a versão “o que sobrou da boa sorte daquela seção pertence aos justos da empresa”. Notemos que consegui formar, em minhas horas vagas, algumas palavras utilizando-me de todos os elementos do conjunto X = {r, e, s, t, o}. É, eu jogo “letroca”.

Peço perdão (mais uma vez, se compliquei sua vida!) pelo triste encerramento do texto, mas comprovo aqui que resto é oportunidade de, através de meu passatempo, esgotar o resto (ou o pouco que sobrou) de vossa paciência...


3 comentários:

  1. Ah, eu também jogo Letroca! Mas nunca havia me apercebido do potencial criativo nele... hehehe

    (Mais matéria-prima a caminho).

    Grande abraço.

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  2. Fotos (não editadas ainda) by luizcaju.

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