terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Berro das Rosas

Desarmado, rendido, puro abate.

Ele espalhara pelo ambiente algumas (centenas de) pétalas de rosas, detalhes e surpresas.

Ela chegara e, chorosa, dissera que dormira com outro alguém.

Ele, vegetativo, permanecera em silêncio (instantes que mais pareciam uma vida inteira). Quando esboçara uma reação, ressoou-se: "Compreendo que todos somos falíveis... também por isso te perdoo, também por isso ainda te amo. Permaneço seu amigo, no entanto, amante, não mais".

Abraçaram-se em meio a um mar de lágrimas e deitaram-se sobre as pétalas, como que em busca de alívio para suas agonias, lado a lado e entrelaçados.

Ali mesmo adormeceram; testemunhou-se, daqui, que já não havia solidez em seu corpos. A liquidez imergente, emergente, substancia a fala e o choro das rosas.


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