sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sombra eterna da saudade

Ah como esse bem demorou a chegar, Dolores minhas. Aquela era pra ter sido a noite do meu bem. Mas nos corações, saudades e cinzas foi o que restou, além de Jorge. Chico me dizia “a saudade vem chegando e a tristeza te acompanha, acostume-se a elas”. Eu virava o rosto e com esforço olhava para o alto. Via a estrela solitária, Galhardiana, que no céu do meu amor, eternamente, desde que brilhou, nunca se apagou. E para quê tudo aquilo? Tudo em vão, já que desfeito o ninho a saudade, humilde e quieta ficou mostrando a felicidade que o destino desfolhou.


Recentemente, em diálogo com Nelson, desabafei que já fui moço, já gozei a mocidade, se me lembro dela, me dá saudade. Os dias se passaram e hoje, quando do sol, a claridade forra o meu barracão, sinto saudade da mulher pomba-rola que voou. Saudade que não me larga Santo Antônio, que faz com que meu mundo aqui se resuma a lembrança dos dias felizes do nosso amor. Sem ele, caro Orlando, não creio no amor nem amizade, vivo só pela saudade que o passado me deixou. Aprendi com a vida que saudade é solidão, melancolia, que nunca está e se bem diz. Pela saudade que me invade, Dalva, eu peço paz, feliz.




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