domingo, 22 de setembro de 2013

Adeus batucada


Acordo. Hoje resolvo não fazer nada que costumo fazer todos os dias. Não escovo os dentes, não tomo banho: enfrento a sujeira. No café da manhã, sirvo-me de uma caneca de cerveja importada bem gelada para afrontar a lucidez. Os telefones tocam e continuam a tocar, não atendo com o intuito de encarar a solidão. Saio de casa, caminho solitariamente e vou a lugares altos, encaro o medo de altura, da vertigem. Não ouço a música que tanto amo num só minuto deste dia, um embate com a falta da arte que me seduz. Não faço o que os outros querem, contesto tudo e a todos em nome da minha autonomia autodestrutiva. Até que decido dar fim a minha vida.

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